Os imóveis em Portugal, apesar de mais caros, continuam a ter valores bastante interessantes quando comparados com os valores dos imóveis noutras cidades europeias. Apesar da subida, os preços do metro quadrado ainda estão longe dos praticados em países como o Reino Unido ou França. As zonas do Algarve, Lisboa e o Norte de Portugal são os locais onde os preços são mais elevados. Todavia, estas são as zonas onde se recorre menos a crédito para a obtenção de um imóvel. A explicação é simples: o apetite dos compradores estrangeiros. Estes continuam ávidos por propriedades neste cantinho da Europa e o nosso poder de sedução parece não ter terminado.
Neste momento os profissionais do sector aproveitam a boa conjuntura no entanto também se fala em bolha imobiliária.
Muito se tem falado e discutido o facto de estarmos diante uma bolha imobiliária. De forma a entendermos melhor o assunto, importa destacarmos as evidências.
Existem alguns factores que levaram a que nos encontrássemos na presente situação. Destacamos:
Mas não serão também os compradores os responsáveis por esta tendência?
Segundo Richard Thaler, prémio Nobel da Economia em 2017, os seres humanos não são sempre racionais. Na verdade, a cultura e a psicologia influenciam a sua racionalidade. Se no início de 2018, o Banco de Portugal anunciou uma medida macroprudencial para garantir um financiamento sustentavel, também é verdade que o Governador do banco de Portugal, Carlos Costa, já reforçou a necessidade de combater os riscos de euforia no mercado imobiliário, apelando mais à racionalidade dos compradores. Mas o que dizem os agentes imobiliários sobre o assunto? Bem, os profissionais do sector imobiliário congratulam esta tomada de posição, e segundo o nosso parceiro Century21:
"Há um claro excesso de optimismo no mercado e é fundamental que todos os operadores do sector imobiliário assumam uma postura responsável", defende Ricardo Sousa - Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal e Espanha
Já a RE/MAX reitera que as indicações do banco de Portugal têm como objectivo alertar para crescimento sustentável onde o cliente compradores e o sistema financeiro são protegidos.
Pese embora a própria situação financeira impulsione a realidade imobiliária em Portugal, devemos colocar-nos algumas questões. Não será que estamos apenas a assistir a uma consequência do sucesso internacional das cidades portuguesas? Uma grande parte do investimento atual no imobiliário em Portugal provém de compradores estrangeiros. Ao sucesso destas cidades vieram ainda aliar-se algumas condições que incentivaram ainda mais este investimento (veja o nosso artigo sobre os incentivos fiscais existentes em Portugal). O presidente da APEMIP, Luís Lima, conclui que é errado pensar na existência de uma bolha imobiliária. Segundo ele, é factual que os preços tenham aumentado significativamente em zonas como Lisboa ou Algarve. Contudo, o que estamos a presenciar é apenas um mercado a funcionar normalmente. Estamos apenas diante um mercado regido pelas leis da oferta e da procura, pelo que se torna importante repor o stock imobiliário nos centros das cidades.
Apesar do acesso ao crédito estar agora mais facilitado, são cada vez mais os que dispensam empréstimos para comprar casa sobretudo em Lisboa e no Porto. Entre Junho de 2017 e o mesmo período de 2018, a Área Metropolitana de Lisboa foi responsável por metade do valor da venda de casas. Falamos de um total nacional de 22 milhões de euros, onde 10,6 milhões foram transaccionados em Lisboa. Um dado interessante é que menos de 40% das transacções nestas áreas recorreram ao crédito para a aquisição de imóvel. Segundo o banco de Portugal esta tendência é justificada pelos compradores estrangeiros:
"A redução do peso do financiamento bancário nas vendas é transversal às várias regiões do país, mas a sua magnitude é maior na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve, regiões onde o investimento estrangeiro ou a compra de imóveis por parte de empresas poderão estar a ter um maior peso nas transações", Banco de Portugal op .cit. Boletim Económico
O aumento de compradores estrangeiros impulsiona indubitavelmente esta tendência. Porém importa reforçar que comparativamente a outras cidades europeias, os preços em Portugal (sobretudo em Lisboa, Porto e Algarve) ainda são interessantes. Portugal é um dos países da Europa com um valor por m2 inferior. Convidamo-lo a ver o exemplo abaixo:
Expostos estes dados não é difícil entender a continuação da tendência e a continuação do apetite estrangeiro na aquisição de um imóvel em Portugal.
Ao longo deste artigo já falámos dos factores que incentivam os estrangeiros a procurar um imóvel em Portugal. Mencionámos os incentivos fiscais (saiba mais aqui), falámos do aumento do turismo, e outros. As taxas de juro, que se situam a 0% ou em valores negativos, devido às políticas do Banco Central Europeu para reanimar a economia, tornaram desinteressantes as aplicações financeiras existentes. Sem garantias de retorno financeiro, os investidores viraram-se para o imobiliário, garantindo uma renda mensal. A tendência será para uma paragem do aumento de preços, estabilização e quem sabe uma ligeira descida. Resta-nos saber quando isso vai acontecer. Por agora resta-nos aproveitar este bom momento, o interesse dos estrangeiros em Portugal, e a reabilitação das cidades para desenvolver o país.
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