Nos últimos meses, os administradores da Century21 concentraram-se num exercício. Eles queriam saber quanto espaço os clientes podem comprar nas principais capitais e cidades do mundo, para um investimento de 300.000 euros.
Eles fizeram algumas pesquisas e finalmente, no dia 24 de outubro em Paris, apresentaram os resultados para 30 países. Os comentários em torno desses resultados foram amplos, especialmente entre agentes imobiliários que atuam nesses mercados. Vamos saber mais?
O estudo da Century 21 não é exaustivo. Fornece dados apenas em 30 cidades e países onde a rede está presente. Por outro lado, baseia-se nas suas próprias transações.
Neste estudo não podemos conhecer o panorama de cidades ou países como Hong Kong ou Mónaco, que certamente estariam entre os mais caros. Ficou ainda de fora a realidade de áreas como África, exceto a África do Sul, a maioria dos países do Golfo, Israel, Índia, Itália, Suíça, Brasil, países escandinavos e Rússia.
Como profissional imobiliário, você pode surpreender-se com alguns dados que não correspondem às suas próprias transações. No entanto, você pode usar este estudo como base para comparação internacional, sobretudo quando um cliente lhe perguntar o que ele pode comprar no estrangeiro com 300 000 EUR. Vamos dar uma olhadela nos resultados.
Mais uma vez enfatizamos que estes dados podem ser úteis para a divulgação da sua atividade imobiliária. Esperamos que você possa usá-los e cruzá-los com os seus próprios resultados.
A Europa tem sido um dos principais focos para os compradores de imóveis. Os seus preços têm vindo a aumentar e é já o continente que apresenta preços mais elevados.
Em Portugal, a Century 21 denota um crescimento no valor dos imóveis, especialmente em Lisboa e no Porto.
Para a média salarial de um português, estes preços são cada vez mais impraticáveis. Porém, estes continuam bastante atractivos para os clientes internacionais. Ricardo Sousa, CEO de Portugal e Espanha.
Os compradores franceses são o grupo mais representativo quando falamos em compradores estrangeiros no país. Isso acontece devido ao status de residente não habitual, que permite que os reformados estejam isentos de impostos durante 10 anos.
Hoje, estima-se que mais de 30.000 residentes franceses vivem em Portugal, mas apenas metade deles se registou no Consulado Francês. É importante afirmar que, no início, eles compravam principalmente em grandes cidades, como o Porto e Lisboa. Investiam em propriedades com preços à volta de 500.000 euros. No entanto isso está a mudar.
Hoje o orçamento não excede 300.000 euros, e os franceses vão para mercados secundários. Eles exploram o país, compram em cidades históricas, e renovam propriedades antigas. Frequentemente têm uma residência principal em Portugal e duas ou três outras como investimento. Os preços mais altos situam-se nos 9 000 euros por metro quadrado em Portugal e 12 000 euros em Espanha. Ricardo Sousa, CEO de Portugal e Espanha.
Em Espanha, tal como em Portugal, o mercado está bastante ativo. O volume de todos os investimentos imobiliários diretos (escritórios, armazéns, hotéis, e habitação), atingiu os 3.750 milhões de euros no terceiro trimestre. Isso significa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Barcelona é a única grande cidade espanhola onde os preços não mudam há mais de um ano. Isso aconteceu devido às incertezas políticas. De fato, um estudo realizado pela Barnes mostra que há novos parâmetros que podem reavivar a máquina.
A mudança do primeiro-ministro espanhol relançou as negociações e os contatos entre Madrid e os nacionalistas. Além disso, os recentes desacordos políticos entre as duas principais formações nacionalistas catalãs deveriam favorecer as negociações com o Estado.
Lembramos que a maioria dos catalães quer um acordo com o governo central. Tendo isso em mente, a Barnes prevê um aumento rápido dos preços em Barcelona. Assim que anunciarem um acordo, prevê-se um aumento de 10% ou 20% em menos de 3 meses.
Os preços de Bruxelas situam-se na casa dos 3200 euros por metro quadrado. São 25 a 30% mais caros que outras cidades. Mas há bairros, fora de Bruxelas, e cidades como Löwen, Ghent, ou Bruges, onde os preços podem chegar a 10 mil euros por metro quadrado.
Na pequena cidade costeira de Knokke-le-Zoute, a procura é tal que se pode chegar a 30.000 euros por metro quadrado.
Não é em Washington que encontramos os preços mais caros dos Estados Unidos. As cidades que estão a ganhar esta maratona são Nova Iorque e São Francisco.
Existem novos dados estatísticos que dizem que, em Nova Iorque, o numero de propriedades para venda é tal que antecipamos um limite para o aumento dos preços... também devido às medidas fiscais muitos clientes bem sucedidos estão a mudar-se para outros estados como a Florida. Nick Bailey, Presidente & CEO da Century 21 Real Estate LLC
Na América do Sul, os preços são baixos ou estáveis. Eles são semelhantes aos preços na América Central, mas existem gamas de preços diferentes.
Por exemplo, com 300.000 euros em Buenos Aires, um consumidor pode comprar um apartamento de 100 m2. Na Colômbia, em Medellín, é possível comprar um apartamento de 212m2. Por outro lado, em Bogotá, o preço máximo é de cerca de 2000 euros por metro quadrado, e em Cartagena é de 3000 euros.
Como de costume, em lugares turísticos como no México, Cancún, San Miguel Allende, Porto Vallarta, Los Cabos, o preço médio excede os da Cidade do México. Os preços nestes resorts são entre 1800 e 2500 EUR por metro quadrado, comparado com menos de 1500 EUR na Cidade do México. Mas na Cidade do México, os preços mais altos podem chegar a 5 000 euros e os investidores podem encontrar rendimentos de quase 10%.
A Ásia é um caso muito interessante. O presidente da Century 21 France, Laurent Vimont, enfatiza uma coerência notável. Na realidade, com 300 mil euros, os estrangeiros podem comprar cerca de 50 a 70 metros quadrados em diferentes cidades, como Banguecoque, Tóquio, Osaka, Taiwan, Pequim ou Xangai.
No Japão, dois fatores importantes afetam os preços dos imóveis. O primeiro é um fenómeno de antecipação para os Jogos Olímpicos de 2020.
Isso aumentou os preços em 30% e até 50% na parte central de Tóquio. Tomoo Hida, Responsável da Century 21 Japão.
O segundo fator é o declínio da população devido ao envelhecimento. Estudos indicam que o Japão poderia perder metade de sua população até 2050. Contudo, isso não impede que fundos estrangeiros continuem a fluir.
O setor imobiliário tornou-se tão caro em Tóquio que os proprietários que haviam investido em 2012, para especular sobre um aumento relacionado às Jogos, estão agora a vender e a lucrar. O aumento dos preços em Tóquio afetou cidades como Osaka, Nagoya, Fukuoka e as Ilhas Fushu, onde os preços estão a subir.
Na China, existem enormes diferenças entre megacidades e grandes cidades. O preço médio em Pequim é de 30.000 "renminbi" (ou CNY, yuan chinês), ou cerca de 3800 euros. Xangai é um pouco mais cara e apresenta valores de 50 000 CNY (6300 euros). Na província de Guangxi, uma cidade como Nanning, que ainda tem mais de sete milhões de habitantes, será dez vezes mais barata que Pequim.
Note que na China, há muito poucos investidores estrangeiros devido a restrições regulatórias. Para poder comprar na China, um comprador estrangeiro deve ter trabalhado lá e pago impostos por 3 anos. Por outro lado, precisa estabelecer a sua residência principal no país.
Nos últimos anos, após a introdução de novos impostos do governo para abrandar o mercado, a Tailândia enfrentou uma espécie de recessão imobiliária.
O preço do capital é o dobro quando comparado com cidades secundárias, e quádruplo quando comparado às cidades que fazem parte do top 3. Essa procura doméstica em declínio, como resultado de medidas fiscais, levou a uma queda nas vendas. Na Tailândia, o número de transações passou de 40.000 para 20.000 por ano. No entanto, o interesse na Tailândia ainda existe.
Dada a importância do turismo, ainda há um volume considerável de compradores estrangeiros. Atualmente, em Banguecoque, o preço por metro quadrado pode chegar a 20.000 euros para novos projetos em bairros mais luxuosos. . David Dennison, proprietário da Century 21 Tailândia.
O Camboja e, em particular, Phnom-Penh, são mercados em rápido crescimento. De facto, 80% dos compradores são investidores chineses que compram independentemente do preço.
Na parte mais luxuosa de Phnom Penh, onde há grandes avenidas, os preços chegam a 10 mil euros por metro quadrado.
Os chineses estão a transformar o Camboja numa Mini-Macau. Vat Kuy, CEO Century21 do Camboja.
Gilles Lockhart é um jornalista independente com mais de 20 anos de experiência.
Lockart é um especialista do mercado imobiliário e foi um dos responsáveis pelo livro Immobilier: les clés pour Réussir son Investissement à L'International. Atualmente, colabora com a ListGlobally para trazer-lhe as melhores notícias do mercado imobiliário internacional.
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