O verão europeu já bate à porta e, com ele, surge a questão: Será que o sol vai brilhar para o mercado imobiliário português este ano?
2020 começou e os especialistas anteviam mais um ano de crescimento e bons investimentos estrangeiros em terras lusas.
Entretanto, ninguém podia prever o surgimento de uma pandemia que colocaria não apenas o setor, mas o mundo inteiro em stand-by. Os últimos dois meses foram ultrapassados com alguma apreensão a respeito da dimensão do rasto que COVID-19 poderá deixar.
Contudo, foi também o momento de readaptação com vista à recuperação do mercado que, ao que parece, já volta a aquecer a par e passo d os dias de boas temperaturas que já fazem parte da rotina do país.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), houve um crescimento considerável a nível de transações imobiliárias no segundo semestre de 2019, seguido de uma queda acentuada no primeiro trimestre deste ano.
Os dados dos verões passados trazem algum positivismo para os profissionais do setor que terão este período para recuperar o tempo em que o mercado esteve adormecido.
Em breve, será possível sentir os efeitos do fim do período de quarentena na recuperação dos diversos setores económicos não só de Portugal, mas dos demais países que já passam a voltar à normalidade.
Entretanto, já se começa a notar alguma movimentação por parte de cidadãos estrangeiros interessados em Portugal.
É importante salientar que o país não perdeu os seus principais fatores de atração e tão pouco sai desta fase descredibilizado. Muito pelo contrário!
O bom desempenho no controlo da pandemia ganhou destaque internacional, o que poderá contribuir para que os compradores estrangeiros que anteriormente tinham seus investimentos em países como Espanha, Itália e França, e que foram fortemente impactados pela pandemia, voltem seus olhos para o nosso país.
A reforçar estas mesmas conclusões da APEMIP, o jornal espanhol El Confidencial avança que Lisboa ganha impulso contra Madrid como referência em habitação de luxo, mesmo com um aumento de 5% nos valores deste tipo de ativo decorrente do limite na oferta.
O baixo custo de vida e os incentivos fiscais concedidos aos estrangeiros ainda são fortes atrativos para clientes brasileiros, turcos, franceses, ingleses e chineses. Também movimentam o mercado de luxo as grandes fortunas portuguesas e espanholas.
Relembramos ainda que a capital portuguesa ocupa a décima posição no ranking das melhores cidades europeias para se investir em 2020.
A ajudar esta tendência referida pela APEMIP, também o Governo desenvolveu esforços para trazer mais estrangeiros para o país. Senão vejamos este spot publicitário do Turismo de Portugal:
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Vejamos ainda este segundo anúncio:
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É certo que o Governo já tem os olhos postos na recuperação económica. Por isso, agora é tempo de arregaçar as mangas e fazer as visitas de imóveis que ficaram marcadas durante o período de confinamento.
Já se nota uma tendência das famílias que com o confinamento tiveram de estar muito tempo em casa - muitas com filhos - e viram que necessitam de mais espaço não só para situações de teletrabalho ou estudo em casa, mas também por sentirem a necessidade de ter áreas de lazer privativas o que garante mais segurança. Isto fez com que diminuísse a procura por apartamentos e aumentasse consideravelmente o interesse por moradias e vivendas.
As famílias estão também à procura de habitações mais afastadas do centro nevrálgico da cidade ou de zona turísticas. Facto é que estes imóveis acabam por ter um preço por m2 mais atrativo e podem ser vistas como boas oportunidades.
Agora é aguardar para confirmar se estas tendências vão refletir-se no aumento de escrituras realizadas para imóveis com este perfil.
Já na região do Algarve, que é um dos destinos de eleição na época balnear, não apenas para os portugueses, mas para estrangeiros, a procura por casas amplas, com vastas áreas verdes continua.
Dentro das características obrigatórias num imóvel algarvio destacamos o que os compradores mais procura:
O objetivo é poder desfrutar dos longos dias de verão em tranquilidade, segurança e conforto. Afinal de contas não há nada como sentir o cheiro do mar certo?
Muitas agências de mediação imobiliária viram as suas operações reduzir ou paralisar por completo na altura da quarentena. Contudo, o mundo seguiu ainda mais conectado digitalmente.
A procura pelo imóvel ideal na sua grande maioria começa remotamente para depois partir para um contato mais próximo com os representantes. Muitas empresas relatam um aumento nas consultas das suas propriedades divulgadas online.
Num estudo levado a cabo por nós em março, verificou-se não apenas o aumento na receção de inquéritos por parte de compradores chineses, mas também uma grande percentagem dos inquiridos mantém o interesse de compra.
As empresas que ainda não estavam adaptadas ou não operavam digitalmente, puderam então perceber que uma boa presença online pode ser decisiva para fechar um negócio.
Patrícia Barão, Head of Residential da JLL Portugal em entrevista diz que
Os nossos clientes, tal como a população em geral, reagem de formas muito diferentes. Vários clientes continuam os seus investimentos como sempre fizeram, adaptando-se às questões de segurança que esta altura exige, outros estão mais expectantes e adotam o “wait and see”, enquanto outros recuaram e não estão a fazer nenhum tipo de investimento neste momento.
A Comissão Europeia já avançou uma série de medidas para uma ação concertada dos Estados-membros para abrir as fronteiras de forma gradual e, assim, permitir o livre acesso de forma segura já neste mês de junho. O objetivo passa também por tentar salvar a época turística de 2020.
Senhoras e senhores, apertem o cinto porque os vossos compradores estrangeiros vão começar a chegar!
Mesmo que muitos não possam sair do seu país devido às restrições de viagem dos seus países (ex. Brasil, que nos últimos anos tem sido a segunda nacionalidade que mais tem investido em imobiliário em Portugal, ou os Estados Unidos), os olhos voltam-se neste momento para Portugal. Itália e Espanha, que eram tradicionalmente locais mais procurados pelos investidores de Verão, vêm agora a sua posição preterida. Neste verão vamos certamente ficar de olhos postos no Algarve!
Por outro lado, mesmo os que não poderão deslocar-se, irão estar mais disponíveis para realizar a maior parte do processo de compra de forma totalmente online. Entre as atividades que estão mais dispostos a encetar, destacamos:
E, não apenas para facilitar, mas para dar resposta ao novo momento, o Jornal de Negócios adianta que o Ministério da Justiça já está a preparar - juntamente com notários e imobiliárias - um conjunto de procedimentos que vão permitir que a escritura para compra e venda de imóveis seja realizada à distância.
O digital veio para ficar e dinamizar ainda mais este mercado. E você? Vai ficar a ver navios? Prepare-se já e seja ainda mais digital!
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